quinta-feira, 19 de abril de 2007

Ida de Coutinho para o BNDES reforça time dos desenvolvimentistas


O economista Luciano Coutinho foi confirmado nesta quarta-feira (18) como o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Coutinho, de 54 anos, é Ph.D em Economia pela Universidade de Cornell e integra o grupo de economistas que rejeitam as teses neoliberais e defendem projetos de desenvolvimento nacional soberano.
Um dos principais cargos da República

Com tamanho orçamento, o BNDES é uma peça-chave em um projeto nacional de desenvolvimento. Sua presidência é vista como um dos principais cargos da República.

No primeiro governo Lula, a presidência do Banco foi confiada inicialmente a Carlos Lessa, intelectual nacionalista ligado ao PMDB, que trabalhou para recuperar o papel do órgão como um banco de fomento, descaracterizado nas gestões anteriores. Lessa, sob fogo cerrado da mídia conservadora, caíu dois anos depois.

No entanto, Lula não acatou a íntegra do plano expansionista orquestrado pelos ortodoxos de seu governo, na época tendo à frente o ministro Antonio Palocci (Fazenda). Deslocou para o BNDES o então ministro do Planejamento, Mantega, que comentou a mudança como ''uma promoção'', o que dá uma idéia do poder de fogo do cargo. Quando Mantega substituiu Palocci, no ano passado, deixou no Banco o economista Demian Fiocca, alinhado com sua linha de pensamento. Agora, a escolha de Coutinho empresta ao BNDES maior visibilidade intelectual e engajamento desenvolvimentista.

Agora, com Coutinho à frente do banco, o rumo ''desenvolvimentista'' da instituição tende a se desenvolver. O novo presidente do BNDES tem sido interlocutor freqüente do presidente, defendendo propostas como a redução da carga tributária como uma necessidade da reaceleração do desenvolvimento nas circunstâncias do Brasil atual. Sua indicação reanima o debate sobre a adoção de uma política industrial avançada por parte do segundo governo Lula.

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