Por Luis Nassif, em seu blog
Há o jornalismo futebolista, que transforma qualquer evento, por mais insignificante que seja, em peleja, com um vencedor e um derrotado. Ultimamente floresceu o jornalismo dicionário, preocupadíssimo em levantar erros de português em declarações de autoridades.
E há o jornalismo de “pegadinha”. Consiste em pegar uma entrevista de uma pessoa, separar uma palavra específica do contexto, dar-lhe a interpretação indevida. E, depois, tratar os esclarecimentos como se fossem “recuo” ou “desmentido”.
É o caso típico dessa discussão bizantina em torno da “ajuda” do BNDES às empresas que perderam com o subprime brasileiro. O presidente do BNDES Luciano Coutinho disse que o banco estaria atento a esses problemas — especialmente de empresas com repercussão sobre cadeias produtivas. Em nenhum momento falou em “ajuda”, em “operação hospital”, em “subsídios”.
Pelo contrário: falou em capitalização das empresas pelo valor de mercado (isto é, depreciado). Significa adquirir ações — na baixa, se de empresas em dificuldades — para garantir o retorno ao banco quando a empresa se recuperar. Falou mais. Que o banco aproveitaria essas capitalizações para induzir as empresas a saltos de governança corporativa e modernização de gestão.
Não adiantou. Uma ação não-paternalista foi dividida em dois blocos opostos, ambos dando mote a críticas. O primeiro bloco foi o mote da “operação hospital”, ignorando-se que seria através de compra de ações depreciadas. O segundo bloco foi o da “estatização”, ignorando-se que compra de ações desmentia a tese da "operação hospital".
Aí vem o ministro da Fazenda Guido Mantega reiterar que o governo não vai “ajudar” especuladores. Coutinho esclarece, mais uma vez, que o BNDES não é hospital e que as operações, se ocorrerem, seguirão estritamente procedimentos de mercado.
Agora, as manchetes falam em “desmentido”, “recuo” e coisas do gênero.
Esse tipo de jornalismo de “pegadinha” já cansou.
E há o jornalismo de “pegadinha”. Consiste em pegar uma entrevista de uma pessoa, separar uma palavra específica do contexto, dar-lhe a interpretação indevida. E, depois, tratar os esclarecimentos como se fossem “recuo” ou “desmentido”.
É o caso típico dessa discussão bizantina em torno da “ajuda” do BNDES às empresas que perderam com o subprime brasileiro. O presidente do BNDES Luciano Coutinho disse que o banco estaria atento a esses problemas — especialmente de empresas com repercussão sobre cadeias produtivas. Em nenhum momento falou em “ajuda”, em “operação hospital”, em “subsídios”.
Pelo contrário: falou em capitalização das empresas pelo valor de mercado (isto é, depreciado). Significa adquirir ações — na baixa, se de empresas em dificuldades — para garantir o retorno ao banco quando a empresa se recuperar. Falou mais. Que o banco aproveitaria essas capitalizações para induzir as empresas a saltos de governança corporativa e modernização de gestão.
Não adiantou. Uma ação não-paternalista foi dividida em dois blocos opostos, ambos dando mote a críticas. O primeiro bloco foi o mote da “operação hospital”, ignorando-se que seria através de compra de ações depreciadas. O segundo bloco foi o da “estatização”, ignorando-se que compra de ações desmentia a tese da "operação hospital".
Aí vem o ministro da Fazenda Guido Mantega reiterar que o governo não vai “ajudar” especuladores. Coutinho esclarece, mais uma vez, que o BNDES não é hospital e que as operações, se ocorrerem, seguirão estritamente procedimentos de mercado.
Agora, as manchetes falam em “desmentido”, “recuo” e coisas do gênero.
Esse tipo de jornalismo de “pegadinha” já cansou.
Obs:Luis Nassif foi introdutor do jornalismo de serviços e do jornalismo eletrônico no país. Vencedor do Prêmio de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita do site Comunique-se em 2003, 2005 e 2008, em eleição direta da categoria.
fonte:Vermelho
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