domingo, 16 de novembro de 2008

O que esperar da reunião do G20?


A reunião dos chefes de estado das 20 maiores economias do mundo, a ser realizada em Washington neste final de semana, tem despertado esperanças de mudanças no quadro econômico global e no desenrolar da crise financeira.

O fato de a iniciativa ter partido do presidente americano, cuja economia, além de epicentro da crise tem um papel central no ordenamento econômico-financeiro internacional, indica sua relevância.

Mas, há possibilidade real de encaminhamento de mudanças capazes de alterar de modo significativo as relações econômicas que caracterizaram a globalização?

De um lado, temos os problemas de curto prazo de como lidar com o aprofundamento imediato da crise e de outro, assuntos de maior profundidade relativos à construção de uma ordem internacional mais estável e harmônica.

Nesses dois planos, cruciais para chegar a um encaminhamento de saídas menos traumáticas e soluções duradouras, os EUA têm demonstrado uma postura distinta dos demais países.

No plano estrutural, o conjunto dos países do G20, – exceto os EUA – tem defendido a necessidade de uma maior regulação do sistema financeiro. Na prática isso significaria ampliar o controle do Estado sobre os preços-chave do sistema capitalista – taxas de juros e de câmbio – e limitar as ações especulativas nos mercados de títulos evitando a formação de bolhas. Para fazer isto não basta regular os sistemas financeiros nacionais. Dada a sua interligação, a ação para ser efetiva necessita alcançar o plano internacional, ou seja, deverá atingir os fluxos de capitais internacionais impedindo a evasão aos controles domésticos.

Até que ponto os EUA estariam dispostos a aceitar uma regulação dos fluxos de capitais internacionais cujo efeito seria restringir a globalização financeira? Isto significaria limitar o poderio do dólar, lastreado na dimensão e diversificação dos seus mercados financeiros garantido em última instancia pelo poder das armas. Prospectivamente, é possível imaginar uma perda de importância relativa da economia e moeda americanas, em razão do desempenho diferenciado das economias.

Mas, seria razoável admitir que os EUA optariam por enfraquecer a sua moeda sacrificando-a ao altar da cooperação internacional? Essa opção não parece ser acreditavel . O mais provável é que a ação proposta pelos EUA escamoteie algumas questões centrais apontando para a ampliação do peso das soluções nacionais ou regionais no desdobramento da crise.

fonte:vermelho

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