domingo, 23 de novembro de 2008

Vida profissional é maior entrave, dizem negros


Pretos e pardos estão excluídos de postos de elite e ganham menos que brancos quando realizam a mesma função

No novo levantamento Datafolha, 48% do total de entrevistados afirmaram que não conhecem médico negro -51% desconhecem sequer um professor universitário negro.

Não é à toa que, entre aqueles que se atribuíram cor preta ou parda, 55% responderam ao Datafolha que o principal problema enfrentado pela população negra é a "discriminação no trabalho - dificuldades para obter emprego". Em 1995, essa era a opinião de 45%.

Direito, com 396 alunos, é um dos três cursos da Faculdade da Cidadania Zumbi dos Palmares, em São Paulo. A Unipalmares tem cerca de 1.800 estudantes -88% se dizem negros. A instituição se propõe a reunir "negros e brancos em proporções significativas".

A pluralidade de cores nos seus corredores contrasta com a vista em um salão do Palácio da Justiça, praça da Sé, em uma tarde do começo do mês. Ali, reuniam-se 51 desembargadores da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça. Todos no recinto aparentavam ser brancos. Menos o funcionário que abria a portinhola para a passagem dos magistrados.

150 mil
negros, beneficiários da política de cotas, devem se formar e entrar no mercado de trabalho no país até o ano de 2013, segundo dados do governo federal

49%
dos brancos apóiam a reserva de 20% dos postos de trabalho para negros em empresas públicas e privadas; entre os entrevistados que se declaram pretos, o apoio aumenta para 55%

74%
dos autodeclarados pretos de classes econômicas D/E acreditam que, se uma pessoa jovem e negra trabalhar duro, ela provavelmente conseguirá melhorar de vida. Entre os autodeclarados pretos de classes A/B, esse percentual é de 86%

62%
dos entrevistados com nível superior de ensino são contrários à criação de cotas em empresas públicas e privadas para pretos e pardos

fonte:folha de sao paulo

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