quarta-feira, 22 de julho de 2009

Professores: é hora de estudar

O Ministério da Educação anda preocupado com o baixíssimo interesse despertado pelos cursos de licenciatura que planeja oferecer, ainda esse ano, no país inteiro. Compreensível. A ideia é formar aqueles professores que, mesmo que a lei obrigue, ensinam sem ter sequer concluído o ensino superior. Também devem ser contemplados os profissionais que até possuem diploma, mas ele não diz respeito à disciplina que lecionam – detalhe assustador que consta de nada menos do que a metade dos currículos dos professores brasileiros. Pois bem: até esse momento, apenas 3 500 deles se inscreveram nos cursos do MEC. É menos do que 7% do total das 53 000 vagas disponíveis para 2009. Na Bahia, o porcentual de adesão despenca para 2% das vagas. No Piauí e no Maranhão, patina em 1%. Números modestos frente à expectativa do MEC e certamente ínfimos diante da óbvia necessidade dos professores por mais estudo.

Os cursos serão ministrados por 90 universidades, 76 delas públicas, as demais comunitárias. Até 2015, espera-se, 330 000 professores terão passado por um desses cursos. Só aí podem adquirir a formação adequada para a função que já exercem (algo sujeito, evidentemente, à qualidade das aulas que irão receber). Com algum empenho por parte dos professores – a começar pela inscrição gratuita para cursos igualmente gratuitos – quem sabe o Brasil fica em condições mínimas para abandonar, enfim, a zona do péssimo ensino.


fonte: O Brasil que queremos ser

1 comentários:

Valdeir Almeida disse...

Mais uma forma de o governo colocar a sujeira por baixo do tapete.

De novo, o governo elegendo um bode espiatório para justificar a própria incompetência.

A culpa pelo baixíssimo rendimento dos alunos não é a formação dos professores, mas sim diversos fatores, a começar pelo familiar: os alunos reproduzem em sala de aula o que fazem em casa. Por isso, recebemos estudantes rebeldes e violentos. Como ministrar uma aula razoável num ambiente deste?

Além disso, o governo trata com descaso a Educação. Aqui na Bahia, o governo do PT deixou de enviar verbas referentes a educação e também por um bom tempo não enviou material didático. Recentemente, em Feira de Santana, os professores fizeram uma paralisação de 48 horas para chamar atenção à população a esse respeito; como os docentes não estavam em greve por aumento de salário, receberam apoio da sociedade e criticou o governo.

Portanto, esses cursos são uma tentativa de colocar a culpa em quem não tem nada a ver com a história. O governo tem que fazer uma reforma completa na Educação e parar com esse discurso de que a culpa é dos governos passados. Ora, se o governo atual está no poder, é dever dele promover políticas de melhoria na Educação, assim como em qualquer setor da sociedade.

Abraços.