terça-feira, 25 de agosto de 2009

Empresários polemizam contra a redução da jornada

A Proposta de Emenda Constitucional n° 231 que estabelece na Constituição o limite de 40 horas por semana para a jornada de trabalho e um valor de hora extra que seja 75% acima da hora normal, mantendo-se o mesmo salário, pode ter sua votação definitiva nos próximos dias.

A proposta causa arrepio aos empregadores e o presidente da Confederação Nacional da Indústria e deputado federal pelo PTB de Pernambuco, Armando Monteiro Neto, não se furtou à polêmica. Assinou um artigo, “Redução de jornada: mitos e verdades” e mandou publicar nos jornais de grande circulação.

Em mais de um aspecto, o artigo do dirigente dos burgueses mostra a atualidade do pensamento de Karl Marx. No terceiro volume de O Capital (publicado por Engels), o grande cientista alemão registrou que “é natural que no espírito dos agentes capitalistas da produção e da circulação necessariamente se formem, acerca das leis de produção, ideias que se desviam por completo dessas leis e apenas refletem na consciência o movimento aparente. As concepções de um comerciante, de um especulador da bolsa, de um banqueiro, por força, espelham o real às avessas”. E, de fato, Monteiro Neto apresenta mitos como verdades e verdades como mitos, o real às avessas...

Escreve o industrial: “O Brasil está permeado de leis que nunca pegaram pelo simples fato de terem desconsiderado um ‘pequeno detalhe’: a realidade”. Não é verdade, senhor burguês. A imensa maioria das leis que não pegam no Brasil – como, por exemplo, a da reforma agrária, a do respeito aos direitos dos consumidores, boa parte das normas trabalhistas – não pegam porque os proprietários dos meios de produção se recusam a cumpri-las e contam com a morosidade (quando não cumplicidade) da Justiça para não serem punidos.

Fonte:Vermelho

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