quinta-feira, 19 de julho de 2007

Juros caem, e Brasil deixa de ter taxa mais alta do mundo

Com placar apertado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu em 0,5 ponto percentual o juro básico da economia (a taxa Selic), que passa de 12% para 11,5% ao ano. É a 17ª redução sucessiva. Com o corte, o Brasil deixa de ter a maior taxa real de juros do mundo.


Agora, o país fica com 7,7% de juros reais (descontada a inflação). O primeiro posto passa para a Turquia, com 8,2% ao ano, segundo dados da UpTrend Consultoria Econômica. A decisão de corte não foi unânime: quatro membros votaram pela redução de 0,5 ponto e três queriam corte de 0,25 ponto.

A justificativa do comitê foi a seguinte: ''Avaliando as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 11,5% ao ano, sem viés (...). O Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária''.

O próximo encontro do comitê ocorrerá nos dias 4 e 5 de setembro. O corte de 0,5 ponto Selic foi recebido com ''ânimo'' pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo setor industrial. Segundo nota distribuída pela área técnica da CNI, ''o ambiente econômico atual tem riscos inflacionários muito reduzidos e, por isso, o Copom acertadamente deu mais um passo para eliminar um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento do país''.

As centrais sindicais, no entanto, emitiram notas críticas à modesta alteração. ''Só os 0,07% dos brasileiros que desfrutam das benesses dos títulos da dívida pública devem estar comemorando'', registrou a CUT. ''Sugerimos aos senhores do Copom um pouco de exercício para combater essa ridícula gordura.''

"O Copom precisa ser mais ousado ao cortar a taxa básica de juros", afirmou, em nota, a Força Sindical. "O corte de 0,5 ponto percentual na taxa não condiz com a pressa que os trabalhadores desempregados têm de conseguir empregos e os trabalhadores empregados de conquistar reajustes salariais mais alto."

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