Embora haja aceitação da indústria para a produção para humanos, a lã de poodle só é usada em roupinha de animais, custando até R$ 100
Dos pêlos crespos de Gabriel, um cachorro da raça poodle, nada se perde, tudo se transforma. Na tosa periódica, os chumaços que antes iam para o lixo, agora são coletados em novelos que, levados ao tear, viram lã de confecção.A idéia surgiu entre alunas do curso técnico têxtil de uma escola profissionalizante, que analisaram as propriedades físico-químicas dos pêlos de diversos animais para saber qual deles se aproximava da lanugem das ovelhas. E a conclusão foi mesmo o danado do poodle.
A invenção ainda encontra resistência das pessoas, que acham o pêlo de cachorro menos nobre. Embora haja aceitação da indústria têxtil para a produção em escala para humanos, a lã de poodle, por enquanto, só é usada para roupinha de animais, que custam entre R$ 20 e R$ 100.Entusiasta do projeto, o orientador, Renato Lobo, já usa um cachecol de pêlo de cachorro. "Tornamos o lixo em luxo para os animais, e passamos a fazer roupinhas para qualquer tipo de bicho", diz."
Em mim não deu nenhum tipo de alergia. As pessoas têm preconceito e dizem: "ah, é pêlo de cachorro'", completa Lobo.E aquele mau cheiro forte de bicho, não fica no tecido?"Os pet shops tosam antes de lavar o animal e, no começo, o cheiro é horrível, mas depois do tratamento químico, saem o mau cheiro e as bactérias", diz Ellen Taís Santana, uma das alunas que participaram do processo de pesquisa.
By Vinícius Queiroz Galvão (Folha de são Paulo)
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