quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Cérebro de crianças pobres tende a ter desempenho pior, diz estudo


Cérebro parece ter sofrido danos semelhantes aos causados por derrames

O cérebro de crianças pobres tende a ter um desempenho pior do que o de crianças ricas e parece ter sofrido danos, segundo estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley que será publicado na revista especializada "Journal of Cognitive Neuroscience".

O estudo analisou eletroencefalogramas de 26 crianças entre nove e dez anos de idade, metade delas de famílias de baixa renda e a outra metade de famílias de renda alta, e concluiu que o córtex pré-frontal - a parte do cérebro que é crítica para a solução de problemas e criatividade - de crianças pobres apresenta menor atividade do que o de crianças ricas, diante dos mesmos estímulos.

"As crianças de nível socioeconômico mais baixo mostram padrões de fisiologia cerebral semelhantes aos de alguém que sofreu danos no lóbulo frontal já quando adulto", diz Robert Knight, diretor do Instituto de Neurosciência Helen Wills, da universidade americana.

"Concluímos que as crianças têm maior propensão a ter uma baixa resposta se vierem de classes econômicas mais baixas, mas nem todo mundo que é pobre tem baixa resposta do lóbulo frontal", ressalta o pesquisador.

Co-autor do estudo, W. Thomas Boyce - professor emérito de saúde pública da Universidade da Califórnia em Berkeley - diz não estar surpreso com os resultados.

Fonte: Gilberto Dimenstein

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