quarta-feira, 4 de abril de 2007

PARAR DEPOIS DA PÁSCOA? QUEM DIZ?

Paulo Henrique Amorim

O Estadão divulgou na edição de hoje uma "reportagem" que, em qualquer democracia séria, não teria sido publicada (clique aqui).

. A "informação" rapidamente se disseminou (clique aqui).

. A "reportagem" é uma ameaça/chantagem de um líder sindical que não se identifica: se o Governo não fizer isso ou aquilo, os controladores vão parar depois da Páscoa.

. É um plano em "gestação", diz o "repórter".

. Trata-se de uma informação que perturba a ordem pública, desorganiza a atividade comercial, o turismo – e é uma "informação" anônima.

. O Estadão faz parte, com entusiasmo, daquele núcleo seleto da mídia que promove e incita o golpe contra o presidente Lula.

. E se utiliza de expedientes como esse para atingir seu objetivo.

. Num país razoavelmente democrático, o Ministério Público Federal (que, aqui, se esqueceu de apurar quem financiava o "valerioduto", depois de pedir o indiciamento dos "40 ladrões”), num país razoavelmente democrático, o Ministério Público Federal interpelava o jornal e o repórter para saber a fonte da informação.

. E processar o informante. E/ou o jornal.

. A preservação da fonte é um dos pilares da liberdade de imprensa – mas, como provou a democracia americana recentemente (*), o jornalista não tem o direito de proteger a fonte quando isso se torna uma forma de obstruir a Justiça.

. A "reportagem" do Estadão não é uma reportagem.

. É outra coisa.

(*) Aconteceu no episódio do vazamento de informação para prejudicar uma espiã da CIA, casada com um embaixador que publicou um artigo no New York Times em que desmentiu a informação de que o Iraque tinha comprado urânio no Niger. O promotor público lutou na Justiça e conseguiu que os repórteres apontassem quem, no Governo, vazou a informação para "queimar" a espiã e o embaixador.






Em tempo: O Conversa Afiada enviou ao chefe de gabinete do Procurador Geral da República, Marcius Correia Lima, e ao assessor-chefe do Procurador Geral da República, José Martins Arantes, a seguinte pergunta:

“Senhor Procurador Geral da República, Antônio Fernando de Souza, o senhor vai fazer alguma coisa?”

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