O ditador Hugo Chávez voltou a insistir que os governadores e prefeitos têm que trabalhar de maneira conjunta e que é urgente instalar a Comissão Central de Planejamento para que todas as ações sejam coordenadas em torno de um projeto único, do “Socialismo do Século XXI”.
“O povo foi domado aos poucos,
E tudo foi lacrado.
Ensinado a gritar quando deveria estar silente,
Quieto ficou quando deveria esbravejar”.
(Poema “Medo” de Yevtushenko)
Com esta frase pronunciada há dois dias, o ditador Hugo Chávez vai apertando o torniquete e sufocando, cada vez mais, o que ainda resta de liberdade, democracia e império da Lei na Venezuela. “A Venezuela é uma República central, a autonomia aqui não existe. Sei que isso não agrada a alguns governadores”. (...) “Alguns gostam de ser autônomos porém aqui não há autonomia, aqui há uma República central, não pode haver governadores que acreditem ser presidentes de uma republiqueta; isso tem que ser combatido e por isso é que nos faz falta um Partido Unido Socialista para evitar esses desvios”, disse Chávez ao inaugurar o Núcleo de Desenvolvimento Endógeno Comunal Povo Novo, no estado de Yaracuy.
E no programa Alô, Presidente do dia seguinte ele voltou a insistir que os governadores e prefeitos têm que trabalhar de maneira conjunta e que é urgente instalar a Comissão Central de Planejamento para que todas as ações sejam coordenadas em torno de um projeto único, do “Socialismo do Século XXI”.
Nesse mesmo programa ele faz uma grave ameaça (e é bom que se guarde bem estas palavras) com relação às manifestações populares que insistem em denunciar o fechamento da mais antiga cadeia de rádio e televisão do país, a Rádio Caracas de Televisão (RCTV): “Não se equivoquem os que andam conspirando de novo, pois podem se arrepender. Senhores ministros da Defesa (Raúl Isaías Baduel) e ministro do Interior e Justiça (Pedro Carreño), vão preparando seu plano de contra-ataque!”. Insiste em dizer que não renovará a concessão e que não adianta se denunciar ante nenhum organismo internacional ou mídias do mundo todo porque a RCTV vai mesmo ser estatizada, vai ser “do povo”. Disse ele: “Não vão me pressionar; em 27 de maio termina a concessão e acabou-se. Esqueçam acabou-se!. Se acreditam que vão me derrotar, vão cair das nuvens que andavam a 20 mil metros de altura outra vez, e vai ser pior para vocês!”. No inicío do mês, hordas de vândalos chavistas fizeram pixações em todo o prédio da RCTV, alegando que aquela instituição privada agora “é do povo”.
Mas a insanidade do ditador não resume-se a isso e, depois da aprovação da Lei Habilitante que lhe dá plenos poderes para agir por decreto, tornando inúteis as casas legislativas, a perseguição à propriedade privada, à liberdade de expressão e de imprensa, os direitos individuais estão sendo todos jogados na lata do lixo deixando a população sem ter a quem recorrer para reclamar seus direitos. No início do ano ele aplaudiu a invasão e tomada de frigoríficos privados diante da cadeia de televisão estatal. Já realizou um sem-número de expropriações de fazendas produtivas. Agora concentra esforços na criação de 12 polos agrários socialistas (Kholkozes?*) e anunciou a conformação do Eixo Centro Caribe, integrado pelos estados de Yaracuy, Lara, Carabobo, Miranda e a região capital. Chávez insta as autoridades a “intervir na luta contra o latifúndio” e diz que o Instituto Nacional de Terras já fez a classificação de acordo com seu nível de produtividade. Tal como ocorre aqui em relação ao MST, as fazendas melhor localizadas e mais bem cuidadas e equipadas é que estão na mira do usurpador da coisa alheia, muitas das quais são centenares, que custaram o suor de várias gerações de famílias; mas que significado tem a palavra “família” para um comunista?
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5754&language=pt
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