segunda-feira, 28 de julho de 2008

Você ainda escreve cartas?

Adeptos do papel e caneta alegam que e-mail nenhum supera o afeto de palavras seladas e guardadas por um envelope

Anualmente cerca de 850 milhões de cartas -cartas mesmo, de pessoa física para pessoa física- passam pelos postos dos Correios. Esse número corresponde a 10% do que eles chamam de objetos postais, que são contas, encomendas e malas-diretas enviadas e recebidas no Brasil. De acordo com o consultor da presidência dos Correios, Fausto Weiler, a porcentagem é a mesma há mais de dez anos, mas esses números crescem progressivamente. "Acreditamos que a carta nunca morrerá. A internet é apenas uma maneira a mais de se comunicar", diz.

Presença humana
Para o professor de literatura brasileira da faculdade de filosofia e letras da USP Marcos Antonio Moraes, carregar uma carta consigo é o mesmo que levar um pedaço de alguém querido no bolso. "O papel fica impregnado da presença humana, deixamos partes de nossas vidas entre as pautas de uma carta", acredita.

"O Brasil ainda não dá a devida importância ao estudo das cartas", afirma Marco Antônio . Se resolvermos prestar atenção a esse vasto material -seja aquele da nossa própria adolescência, para quem tem mais de 30 anos, ou ao de nossos antecessores-, objeto para estudo não faltará. Basta lembrar que a história do país começou com a carta de Pero Vaz de Caminha, que nunca soube o que é MSN.

por Marianne Piemonte

1 comentários:

Plebe Rude e Ignara disse...

Eu ate hoje(se bem que não faz tanto tempo assim)quardo as cartas que recebi de amores do passado e de amigos, principalmente daqueles que se foram. nada substitui aquele pedaço de papel e seu toque, cheiro, letras e imagens. lembranças para sempre.. ao alcance da mão e do olhar.
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